Em um dia muito especial de festejos e de alegria entre os homens, um grupo e
crianças se banhava perto do rio.
Brincavam com as pedras e com as águas sem se darem conta foram entrando
em zona de perigo, na água profunda.
Muito perto dali Korikoto com seus cabelos compridos movidos pela brisa,
contemplava a cena das crianças, que não se davam conta da
aproximação deles a um lugar onde havia o encontro de dois rios poderosos,
onde as águas criavam um redemoinho, que faria desaparecer o mais experto
nadador em instantes.
As crianças desapareceriam na água, com a rapidez de um raio.
KORIKOTO se lançou nas águas várias vezes até que tivesse salvado a cada
uma delas.
O alvoroço das crianças e suas mães foi imenso, mas Korikoto estava esgotada
com o esforço para salvá-los.
Sem oferecer resistência, seu corpo foi absorvido pelas águas e seu espírito
se elevou com um redemoinho de água doce e cristalina.
As águas caiam como uma chuva iluminada pela luz do sol com várias cores.
Ao cair sobre o rosto humano, parecia uma carícia acalentadora e estimuladora
de vida. As crianças começaram a brincar, as mulheres cantar e os homens
trabalhar com muito mais vigor e sentimento.
Desde aquele dia Olodumare deu a Ayaba Korikoto a função de proteger as
crianças desde o início da formação, da entrada e manifestação de vida e
suavigilância depois de criados.
A esta Orisa corresponde controlar os nascimentos no mundo.
É Ela que distribui as almas que vão nascer.
Controla a maternidade.
Estimula ou detém a fertilidade de acordo com as necessidades do mundo.
Korikoto visita os seres humanos todos os dias, porque é ela é o
orvalho da manhã.
Korikoto a Ayaba da fertilidade relacionada com a procriação e as
crianças que nascem predestinadas. Na África seu culto
infelizmente esta praticamente extinto, poucos Babalawos
conhecem-a.
Seu nome está composto pelas palavras Kori (deidade infantil) e
Konkoto (brincadeiras de criança).
Kóri é uma divindade muito importante, é a deusa da juventude e
das crianças órfãs e adotadas.
Kóri era uma mulher que vivia na floresta, até que um dia ela
encontrou uma criança abandonada e adotou a mesma. Ensinou
essa criança todos os segredos da vida, fazendo com que a
mesma se tornasse um ser muito bem sucedido.
Kóri normalmente é apontada por Ifá como aquela que deve ser
cultuada pelas crianças abandonadas que foram adotadas por
outra família.
Ajudando assim, a criança, a se desenvolver de forma sadia e
possibilitando que a mesma seja um adulto próspero.
Kóri tem também, muita relação com os jovens, os adolescentes.
Sendo essa fase, uma fase de muita transformação, e riscos, Kóri
pode ser cultuada para que o jovem tenha um orí mais equilibrado
e supere essa fase de uma melhor forma.
Por isso Kóri é chamada de, Òòsà Eléèwe, jovens, que são
considerados assim, dos 09 anos de idade até os 20.
Para nós iorùbás, as crianças não pertencem aos pais ou à família,
e sim é um bem da comunidade em geral, pois representa a
continuidade geral do grupo, não é atoa que eles tem várias
divindades relacionadas às crianças, como Ìbejì que é o protetor
dos gêmeos, Egbé que é o grupo de espíritos amigos que temos
no òrún (céu) que combate a ira dos Àbíkú e protegem as crianças
da comunidade, Logolo e Kóri que protege as crianças adotadas e
os jovens na fase da transformação.
Kóri é cultuada para que as desgraças ocorridas na vida dessas
crianças sejam por elas ignoradas, e para que a mesma, no futuro,
não venha a ter atitudes negativas motivadas por acontecimentos
ruins do passado.
Apenas na iniciação de Ifá que será mostrada ou não, a
necessidade de uma pessoa cultuar Kóri.
É um risco evocar e alimentar uma energia que, muitas vezes não
está relacionada ao nosso destino e que não conhecemos isso é
loucura!
Kóri nrodo,
Òòsà èwe nrodo
Kóri o má je k’omo wá ò kú o!
Òrìsà èwe, má je kí
Orí wá, ò kú o!
Olú-òrún o, má pá wa lekun o
Òrìsà èwe, má pá wa lekun o!
Asé!
Kóri deixa claro, sua proteção com as crianças da morte prematura
e apoia os jovens, fazendo com que eles superem essa fase de
tanto desequilíbrio.
Os devotos de Kóri, normalmente precisam cuidar muito de Egbé,
Ifá e Egúngún.
Asé.