Ògún
Ogun é o Orisá das contendas, a força incontrolável e dominadora, do choque, temível guerreiro que brigava sem cessar
contra os reinos vizinhos.
Orisá do impacto, enérgico, de paciência pequena, mas aparece em socorro daqueles que o invocam, considerado
muitas vezes como cruel e impiedoso, mas os iorubas o consideram rígido, severo, compreensível e muito respeitado.
Seus seguidores carregam um dos títulos de egbénlá, soldados de Ógún onde carregam espadas, facões e lanças em
seus Òsè nlá.
Mesmo que sua versatilidade espiritual, rotulagem e envolvimento Ògún é aquele que faz a estrada ser vista tanto do
ponto de vista físico como literal.
Nos dias atuais, quem quer ter o conhecimento de como lidar com qualquer novo projeto ou se aventurar, pode oferecer
sacrifícios para que Ògún, lhe mostre o caminho a percorrer.
No sentido literal, Ògún é a divindade que controla o ferro que é utilizado para fazer facões e equipamento para limpar o
caminho.
Além disto, Ògún é conhecido por proteger contra acidentes e os sacrifícios e devoção a ele sempre são úteis para evitar
que a pessoa cometa erros em seus trabalhos.
Ògún também é forte para, como se diz, ser capaz de dar vitalidade aos seus devotos.
Ògún não tolera pessoas que causam problemas para a sociedade. Ele é uma divindade cuja ajuda pode ser procurada
para investigar, procurar pistas e fazer cumprir a justiça para as pessoas que não podem se defender pelos sentidos
ordinários da investigação.
Matar sem justificação, incêndio, roubo ou mesmo mentira são crimes graves que podem trazer turbulência para uma
sociedade.
O uso de Ògún para levar à justiça os desgarrados não requer perícia ou investigação prolongada.
É uma questão de alguns sacrifícios que podem ser oferecidos através do próprio Ògún ou de Ifá e é certo que se
descobrirá o culpado ou ele morrerá de uma forma que vai deixar claro quem era a pessoa que cometeu o crime sob
essa investigação.
É seguro fazer isso, é preciso e não se desperdiça tempo, energia e dinheiro.
Diferentemente da diáspora, Ògún é o òrìşà da justiça e é também o òrìşà é invocado quando se faz um juramento.
Os tribunais invocavam o nome de Ògún no momento dos depoimentos recolhidos.
Ao passarmos a língua sobre qualquer tipo de metal, estamos fazendo um pacto com esse òrìşà e nos colocamos de
forma fragilizada perante ele em caso de mentira ou meias verdades.
ÒGÚN CONCEDE A FACA AOS AWOS
Ogbè Òdí possui um verso que na sua excelência é poético e sublime. O verso trata-se de falar do pacto (aliança) que
Ògún fez com Òrúnmìlà para que os filhos dele (Awos) pudessem usar sua faca (obè).
Na primeira estrofe do verso notifica-se o nome do sacerdote (Abowaba) da Casa de Òlòrun que fez adivinação para
Ògún.
Ògún procurou Òrúnmìlà para que Ifá o dissesse como triunfar em sua missão.
Ifá disse a Ògún que ele possuía o poder de tirar a vida, “como castigo de Òlòrun e como sacrifício a Òrìsà” (“Atí gbà emi
fún íjiya, Òlòrun Atí Orisá”).
Porém antes da partida foi recomendado por Ifá que Ògún fizesse o sacrifício, e o sacrifício era:
“KÓ fi adá rubo, si Òrúnmìlà.
Ki Òrúnmìlà le fún.
Atí àwon omo rè.
Agbara Atí gbà emi.
Gegebí etutu si Òrìsà Atí Eegún”.
A tradução diz: “Antes de partir Ògún deveria oferecer a Òrúnmìlà sua faca, para que Òrúnmìlà a entregasse aos seus
filhos e filhas sacerdotes.
Para que eles recebessem a autoridade de tirar a vida para o sacrifício a Òrísá”,
A partir de então e a terceira estreite vai falar justamente disso, que desde então Òrúnmìlà disse que seus sacerdotes e
sacerdotisas ao se iniciar em Ifá (“Bà bèrè Ifá”), receberiam a autoridade de Ògún para sacrificar para Òrìsà e Eegún.
“Ògún rubo Ó fun Órúnmilà lo bè”, quer dizer:
“Ògún fez o sacrifício e entregou a faca a Òrúnmìlà”.
Devido ao comprometimento do sacrifico recomendado por Ifá a missão de Ògún foi exitosa.
E desde então os sacerdotes e sacerdotisas de Orunmila não precisa se iniciar no Culto de Ògún para usar a sua faca.
Ògún era por demais temido e somente ele tinha ordens de Olodumare para usar a faca e sacrificar (tirar a vida), por isso
eles cantaram:
“Ògún fún wón ní asé.
Latí odo Òrúnmìlà pè”, que quer dizer: “Ògún nos deu autoridade, por meio de Òrúnmìlà”.
“Àwòn omo Òrúnmìlà
Gbà se lówó Ògún
Atí ikin Ifá
Ní gbatí Òrúnmìlà
Se Itefá fún wón
Wón gbá asé Òrúnmìlà
Tori pè wòn gbè
Igbese otito ji ó ji ó”
Ou seja:
“Os filhos e filhas de Òrúnmìlà
Recebem o asé de Ògún
Junto ao ikin de Ifá
Quando são iniciados em Itefá
Quando são iniciados por Òrúnmìlà
Quando recebem o asé de Òrúnmìlà
Pela sua perna direita
Descansando sobre o jío jío”.
” Òrúnmìlà fún níasé. Iru èyí tó fún Ògún. Ohun lo so dí bábálawo”.
Que quer dizer:
“Òrúnmìlà me deu o asé, o mesmo que ele recebeu de Ògún. Por que a este (ou seja a Ògún) ele fez bàbáláwo”. Que
MARAVILHA, QUE MARAVILHA.
Asé!
ÒGÙN CHORO CHORO………
Sabemos que o oggun é ajagun, o qual se venera na Nigéria, no primeiro texto sobre por que sacrificamos a orisa, se diz
que olódùmarè autoriza a imolação de animais que realizam os sacerdotes de nossa Religião, normalmente para isto
usamos o obe (faca) que simboliza Ogum, isto é, Ogum é quem realiza este sacrifício de maneira espiritual, o sacerdote
é apenas o meio para o fazer, isso é algo que podemos encontrar num esse ifa que diz:
Olódùmarè pediu às diferentes divindades traçar um caminho para a terra todos começaram a falhar, quando chegou a
vez de Ogum, ele foi com orunmila por adivinhação, e se revelou um odu e aconselhou a fazer ebo.
Ele fez o sacrifício, e partiu para a terra, teve sucesso traçando a rota, consequentemente olódùmarè proclamou, que
ninguém poderia na vida existir e comer sem a ajuda de Ogum, desta forma, Ogun ficou estabelecido como uma
divindade suprema e indispensável.
Este pequeno trecho da história nos indica, por que ogun tem presença em todas as obras, ebos e consagrações que
exijam imolação de animais quem sacrifica é Ogun, isto podemos compreender se recordamos a adura que é dita antes
de introduzir a faca ( Ogum Choro Choro eye Bale Karo…) e que é necessário de quem executa o sacrifício saber, já que
desta forma olódùmarè entende que Ogum é quem sacrifica.
NOSSA RELIGIÃO é um aglomerado de dogmas bem estruturados, precisamos que cada SACERDOTE, conheça
pequenos detalhes que fazem uma grande diferença, para entender em que acreditamos e por
que o fazemos, se nos preocuparmos como compreender e não só repetir como papagaios.
Ògún lákàiyé mo wá bèbè Láti fún mi niséTorí ndá ní mo nwá sí odo o
re Jòwó gbó temiKi ojú ma se ti mi láarin egbé mi Ògún jòwó gbó igbe
àti èbè mi o fòrò mi lò bá mi wásé.
Asé.
Ợya era companheira de Ògún antes de se tornar a mulher de Sàngó.
Ela ajudava Ògún, Rei dos Ferreiros, no seu trabalho.
Carregava docilmente seus instrumentos da casa à oficina.
E aí ela manejava o fole para ativar o fogo da forja.
Um dia Ògún ofereceu a Ợya uma vara de ferro, semelhante a uma de sua propriedade, que tinha o dom de dividir em
sete partes os homens e em nove as mulheres, que por ela fossem tocadas no decorrer de uma briga.
Sàngó gostava de vir sentar-se a forja apreciar Ògún bater e modelar o ferro e, frequentemente, lançava olhares a Ợya.
Esta, por seu lado, também o olhava furtivamente.
Segundo um contador de histórias, Sàngo era muito elegante.
Seus cabelos eram trançados como os de uma mulher.
Sua imponência e seu poder impressionaram Ợya.
Aconteceu então, o que era de se esperar: ela fugiu com ele.
Ògún lançou-se à sua perseguição.
Ao encontrar os fugitivos, bradou sua vara mágica e Ợya fez o
mesmo, eles se tocaram ao mesmo tempo.
E assim Ògún foi dividido em sete partes e Ợya em nove.
Ele recebeu o nome de Ògún-Méje-Ire e ela Ìyá Mésan.
“Ògún dividido em sete partes” faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiam em volta de Ire.
Também simboliza o número de instrumentos pendurados numa haste: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de
flecha e enxada (espécie de enxada que se usa na África).
Ògún é o filho mais velho de Okambi, neto de Odùdúwà, fundador de Ifé.
Apossou-se da cidade de Ire, matou o rei e aí instalou seu próprio filho. Intitulou-se de Onire, Rei de Ire, mas nunca teve
o direito de usar um Ade (coroa que simboliza a realeza para os yorùbá).
Usou somente um diadema chamado Àkòró, que lhe valeu ser saudado, até hoje, com os nomes de Ògún Onire e Ògún
Alà Àkòró.
Foi um temível guerreiro, que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos.
Dessas guerras trazia sempre um rico espólio.
Numa dessas guerras ficou fora de Ire durante muito tempo.
Quando retornou, a cidade estava em festividade.
Ninguém podia falar ou fazer um gesto.
Ao chegar Ògún perguntou pelo seu filho.
Não obtendo resposta ele disse:
Vocês não estão me reconhecendo?
Eu sou Ògún, rei do Ire.
Acrescentou ainda que estava com fome e sede.
Ninguém se manifestava.
Como ele nunca fica sem resposta, começou a matar as pessoas, até matar toda a tribo.
Quando matou a última pessoa, o filho apareceu e perguntou:
Por que fizeste isto, meu pai?
Estavam todos em silêncio em sua honra.
Aí Ògún se apercebeu do mal que tinha causado e disse ao filho duas palavras, que todas as vezes que ele as
pronunciasse, viria em seu auxílio.
Depois enfiou a espada no chão, abriu a terra e entrou.
Os lugares consagrados a Ògún ficam ao ar livre na entrada dos
palácios dos reis e nos mercados.
Estes lugares são geralmente pedras em forma de bigorna, colocadas perto de uma grande árvore: Àràbà.
São protegidos por uma cerca de plantas nativas, chamadas pèrègún ou akoko.
Nestes locais periodicamente os sacerdotes realizam suas oferendas.
Asé..
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