Òsun
Rainha do mesmo nome de um rio que corre na Nigéria, em Osogbo aquela que da filhos as mulheres.
Rainha do rio, do desenvolvimento da criança ainda no ventre de sua mãe.
Controla a fecundidade graças aos laços feitos com as ìyámi-àjé narrados no odu de ifá.
Um dos seus títulos conferidos a ela é Ìyálòóde, ou seja, a mulher mais importante do lugar,grande guerreira de coração
bondoso, mas em sua fúria muito perigosa .
Rainha do equilíbrio, da oogun, da vaidade, aquela que rege qualquer ser humano até seus 3 anos de idade e só depois
ela o entrega pra seu ELEDÁ, ou seja seu feixe de energia pessoal, que pode ser ela mesma ou não.
O nome Òsún significa “Fonte”.
Òsún representa a fonte perpétua de renovação da vida.
Com o poder fundamental da água, é ela que torna a vida possível. Pensar em Òsún, é pensar na Rainha do rio, na
Deusa da fertilidade.
Òsún transforma através da água.
Ela é parte central da cultura Iorubá. Seu poder é Imensurável. Òsún é a guerreira feroz, defensora do seu povo, líder de
revoluções e revoltas.
Ela pode ser a jovem bonita e envolvente, de fala mansa que consegue matar com bondade, ou a velha mortal,
proprietária de poder espiritual; ela pode ser rica ou pobre, amando ou se vingando.
Ela é a Mãe Benevolente ou a guerreira feroz. Ela cura com suas águas ou destrói indiscriminadamente com as
enchentes em fúria.
Òsún pode ser mansa como o leito dos rios e cachoeiras, mas pode ser devastadora como uma cabeça d’água que
arrasta tudo à sua frente.
Poderosa e sedutora, ela sempre vai atrás do que deseja, sobrepondo os obstáculos, como uma verdadeira guerreira.
Òsún é a dona dos rios do planeta, onde o Omo-òrìsà deve ir, para se purificar antes da iniciação.
É a divindade que habita as águas doces das nascentes dos rios, das cachoeiras, lagos e lagoas.
Água essa, que nos dá a vida e que também pode nos matar.
Òsún, foi o primeiro Irúnmolè feminino a vir para terra, pois ela participou da criação.
Òsún, é aquela que gerou a humanidade, é a Rainha da fecundidade, que nos dá a vida. Nada acontece sem Òsún !
Obàtálá molda o corpo dos seres humanos, Ajalá molda a cabeça, Olódùmarè fornece a respiração e Òsún fornece a
água para que tudo seja feito.
Assim Òsún é parte integrante da criação.
Òsún é o temor e a magia de Iyami Osorongá. Ela é a líder e fundadora do culto das Ajé.
É o espírito dos mistérios, a magia é a sua mais poderosa arma.
Òsún como líder das Iyami, tem o potencial da magia e da justiça.
Ela pode destruir à “noite”, com o imenso poder de eleiye, ou durante o “dia”, com o imenso poder das águas.
Ela é uma das fundadoras da Sociedade Ogboni, e ocupa o cargo de Erelú no conselho dos anciãos.
Òsún é o princípio feminino no universo, é a personificação do poder místico da mulher, o real poder da cosmologia
Iorubá.
A capacidade de controlar as forças físicas e espirituais, para criar a vida através da gestação, é considerado como o
poder supremo na cosmovisão Iorubá.
É esse poder mágico da mulher, que o homem jamais entenderá.
Òsún, na compreensão Iorubá, é a essência da beleza e do encantamento. Ela é sábia, compassiva e generosa.
Para entender Òsún é preciso a sensibilidade de reconhecer a inteligência, vitalidade, carinho e capacidade feminina.
Òsún é a personificação da riqueza, prosperidade, amor, beleza, elegância e sensualidade.
É o espírito do espelho, da dança e da sedução.
Não se pode esquecer que Òsún é também a proprietária de Mérìndílógún – jogo de dezesseis búzios.
Òsún foi esposa de Òrúnmìlá, o profeta, e detentor do oráculo.
Òrúnmìlá deu a Òsún o Mérìndílógún e disse-lhe que a partir de então, ela possuiria o sistema orácular dos 16 búzios
(cawries), para de comunicar com Olódùmarè, onde Esú seria o mensageiro.
Òsún partilhou o seu conhecimento com outros Òrìsà, começando por Obàtálá.
Òsún e Esú juntos, sustentam fortemente o universo.
Esú, energia dinâmica, presidi os ebós, apoiando e fortalecendo a eficácia de suas preparações e encaminhamneto, e
está a frente dos rituais.
Òsún é a energia poderosa, que trás a magia e o àse para que tudo aconteça. A conexão entre Òsún e Esú é fantástica.
Ambos são capazes de conferir a maior das bênçãos; Esú concede o àse do movimento no Universo, e Òsún, a
fertilidade.
É na Nigéria, mais precisamente em Òsogbo, no Estado de Òsún, que corre o rio Òsún, lugar de origem, culto e
homenagem a Grande Divindade (Irúnmolè) regente das águas doces e dos nascimentos.
Òsún é a rainha do rio de mesmo nome e é adorada ativamente pela sua benevolência.
Òsún é uma Divindade muito respeitada e adorada no Panteão Iorubá. Todos os anos, no mês de agosto, é realizado
seu Festival, em Osogbo, no Estado da Òsún, na Nigéria – Africa, onde temos um grande ritual e festejos às margens do
rio Osogbo, onde fica o seu palácio.
É uma festa internacional onde comemora-se o aniversário da cidade e também o “pacto” firmado entre o Rei Laroye,
fundador e primeiro rei da cidade, e a divindade do rio Òsún.
“Diz a lenda que os primeiros moradores de Òsogbo vieram de uma cidade que hoje é chamada “Ìpolé” (sul de Ilésà)
também na Nigéria.
Eles saíram de sua cidade por causa da seca e depois de muitos dias de viagem, chegaram à margem de um rio.
Felizes, eles decidiram instalar-se no local e começaram a cortar árvores para a construção de suas casas.
Aconteceu que uma das árvores caiu no rio e, de repente, eles ouviram uma voz dizendo:
“ÒsóIgbó (de onde, provavelmente deve ter vindo o nome Òsogbo) pèlé o, gbogbo ìkòkò mi lé tí fo tan”.
“Feiticeiro da Floresta faça devagar, já quebrou todos os meus vasos”.
(Nas antigas comunidades Yorùbá, os vasos eram usados para guardar água para beber).
Como sinal de paz, o rei, sentado em uma rocha, ofereceu juntamente com seu povo, sacrifício à Divindade.
Esta rocha fica até hoje como referência significante na festa da Òsún.
Òsún também é chamada de Iyalóòde, “Rainha de todos os rios”.
Título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade.
Conta um Itan de Ifá, que Òsún ganhou a guerra para Ogún com sua magia, quando envenenou as águas do lago onde
inimigo iria saciar sua sede.
Òsún, rainha das águas, que assim como suas águas, ela nos transmite toda sua força e sua doçura e nos presenteia
com seus encantos e magias; com sutileza, ela nos purifica e nos permite a concepção da vida em todos os sentidos.
Com as suas águas, Òsún vai a todos os cantos da terra; Òsún está em tudo.
OLODUMARE REGRESSA AO ORÚN
OLÓDUMARE apreciou Orisá Osún, pois todos os homens a queriam, mas este tinha ciúmes dela.
Em um rompante de ciúmes, mandou para a terra.
Osún foi à terra e com a ajuda de Yemonja criou os rios para que ela vivesse ali longe de tanta cobiça.
Quando OLÓDUMARE se deu conta do que havia feito, começou a buscar sua filha predileta por todo o mundo e sua
nostalgia era tão grande fazia chover pelo mundo de tanto arrependimento.
Assim buscou por muito tempo até que encontrou o pavão e lhe perguntou se sabia onde estava sua filha e este lhe
disse que sim e que lhe mostraria onde ela estava.
Olodumare disse que o faria dele o pássaro mais belo de todos e assim o fez.
O PAVÃO indicou onde estava Osún.
Olodumare se aproximou do rio e chamou Osún e esta saiu.
Olodumare pediu desculpas a ela e ela o perdoou.
Olodumare quis que ela regressasse com ele, mas ela se negou, dizendo-lhe que quando ele quisesse vê-la, que poderia ir até o rio e cascatas e tocar sua campana de bronze cinco vezes chamando pelo seu nome e assim ela se apresentaria.
Assim se deu e Osún permaneceu na Terra e Olodumare regressou ao Orún.
LARANJAS DE OSUN
Osum viveu em uma terra onde tudo era de prosperidade e alegria, onde ela se banhava com águas que a terra e todos
eram férteis e produtivos.
Para o alimento, laranjeiras eram plantadas, que era a sua fruta favorita e foi proibido sob pena de punição que
desconhecidos tocassem nesses frutos, mas um dia Osun viu que cortaram muitas mudas de laranjeiras suas, e estavam
espalhadas no chão e frutos pela terra.
Osun estava chateada e profundamente entristecida pois sabia que pessoas de outros lugares queriam saber o gosto de
suas laranjas que tinham enorme fama pela doçura.
Osun conseguiu encontrar e punir aqueles que violaram seu jardim e desapareceu da terra e foi viver em uma caverna
perto do rio onde tinha uma cachoeira.
A terra, em seguida, começou a ficar improdutiva e as aguas acabaram com as plantações de todos os agricultores,
estes desesperados foram procurar seu conselheiro e ele lhes disse:
“Voces tem que fazer ebo para conquistar Osun” com uma cesta levam bebidas de todos os orisas , 5 gallinas, 5 ombos,
e 5 codornas.
Osun esta chateada!
O conselheiro aconselhou as pessoas a não irem para perto do rio, se não oferecessem a oferta de Osun, pois poderia
ser muito perigoso pois era seu dominioe deveria ir alguem muito corajoso pois um perigo se aproximava.
Então um filho de Sangô foi levar o ebo, mas no caminho encontrou favos de mel e resolveu pegar e também colocar
para Osun.
Chegou à margem do rio e chamou, cantou para Osun, deu mel e o ebo na cesta e pediu para que as pessoas
pudessem se aproximar do rio para trazerem frutas, alimentos e bebidas a ela como sinal de perdão.
Então Osun na esquerda do rio aceitou as orações e oferendas, e poupou o povo, mas disse que, como uma lembrança da ingratidão e desobediencia seguido de ganancia, todas suas laranjas seriam doces, e as azedas iriam
existir aquele momento para representar todo esse sofrimento e dor.
ÒSÚN A MÃE BENEVOLENTE
Muitos Odùs falam de Òşún como a Mãe Benevolente, que dá dinheiro e riquezas as pessoas. Um destes exemplos
pode ser encontrado no Odù Ìrẹtẹ Ọbàrà.
Òşún tinha ido a um sacerdote de Ifá muito pobre chamado Ojiyaomegun quando ela não tinha filhos.
Ojiyaomegun trabalhou e tornou possível para ela ter filhos.
Òşún queria recompensá-lo e os seus dois aprendizes, Ifọn Sacerdote de Ifá de Ido e Duuru, sacerdote de Ifá de Liki.
Então, ela pegou dinheiro, contas e roupas caras para Ojiyaomegun e seus aprendizes, mas Ojiyaomegun não estava
por perto.
Ela esperou muito tempo, mas ele não apareceu. Então, ela deixou os presentes com os aprendizes e foi para casa.
Ela ordenou a seus empregados a cavarem um buraco profundo (ao longo da margem do rio), e colocar os presentes de
Ojıyaomegun.
É por isso que temos um oríkì que contém estas palavras:
Òşún, a Deusa que usa coroa com a plumagem fantástica do pavão,
Deusa do rio,
Salve Òşún mãe benevolente,
Ela, que cava e escava a areia,
E mantém o seu dinheiro lá (para ela e seus filhos)
Oh Mãe querida, você que cuida das crianças com bronze (riquezas).
Sábia, proprietária do bronze que nunca dorme (energia eterna).
Você vive com sabedoria e a dá livremente (através do Ẹẹ́rìndínlógún)
Òşún, por favor, dê-me o meu próprio dinheiro,
Não enterre meu dinheiro na areia,
Oh! Obrigada querida Mãe!
Asé!
“Somente Òşún pode moldar meu Ori”.
Sabemos que Àjàlá Mòpin é o modelador de cabeças e que ele trabalha com Ợbàtálá na moldagem dos seres humanos,
de que modo este Oba é referido?
Òşún fornece a água que Ợbàtálá (e Àjàlá Mòpin) usam para alisar a argila com as quais ele molda os seres humanos.
A tradicional ocupação de Òşún é trançar os cabelos, que é uma marca de honra do Orí.
Este aspecto de Òşún é muitas vezes esquecido, mas é importante para seu papel como proprietário dos 16 cauries
usados na adivinhação (Ẹẹ́rìndínlógún, ou Dilogun), e da eficácia do ebo (sem o consentimento de Orí nenhuma
divindade pode abençoar uma pessoa).
Odo gbogbo l’agbo
Todos os rios são medicamentos de Òşún.
Asé
Òsun, o Yèyé ní mó!
Òsun ònikú,
O Yèyé-nímò,
A fidé ré omo.
A pé níbú sólá,
A pé lòdó sòrò omo.
Òsun Ení ide kin su.
Amò àwo má rò.
Ó wá-yanrí-wá-yanrí kówó sí.
Gbádàmugbádàmu obìnrin ko se gbàmú.
Obìnrin gbóná, okunrin nsá.
Ore Yèyé, àpèrè ló fi jókò nínú ibú,
Omi, arin má sùn.
Ogbádágbadà lomú.
Ore Yàyé, gbá mí,
Eni a ní, ni ngba eni,
Òsun gba mi
IBÀ ÒSUN
Ibà!
Ibà ní mo se,
Mo júbà ayé o,
Mo júbà àgbà,
Mo júbà Òsun mákindé o,
Omo ìjèsà.
Irunmalè mo júbà o.
Ibà a jé o.
Oré yéyé o!
Ibà a jé o.
Ibà òrìsà Òsun.
Ení ló lo bo,
Mo júbà, Òsun.
Ibà a jé o.
Ibà òrìsà.
Kékeré ode mo júbà o.
Òsun Ipóndà mo júbà.
Òsun Opàra mo júbà.
Òsun adé-oko mo júbà.
Ibà a jé o.
E ba ta mi lórè ayò, aláfiá.
E ba ta mi lórè ayò, aláfiá.
Mo seré awé roja.
Asé!
Saudações!
Minhas saudações!
Saúdo a terra!
Saúdo os mais velhos, que possuem conhecimento superiores aos meus!
Saúdo osun makunde!
Cidadã ijèsà.
Irunmale, minhas saudações!
As saudações serão retribuídas,
Oh gracisa mãe osum!
As saudações serão retribuídas.
Eu te saúdo, orisá!
Quem voltou é quem foi.
Minhas saudações à você, osum.
As saudações serão recompensadas,
Oh graciosa mãe!
As saudações serão retribuídas por osum.
Saudações a você, orisá!
Oh logun-ede jovem caçador, eu te saúdo!
Osum de ipondá, eu te saúdo!
Osum opará, eu te saúdo!
Osum ade-oko, eu te saúdo!
Minhas saudações serão aceitas por todas as
caminhos por onde Osun passou.
Presentei-me com felicidades, prosperidades e àláfíà.
Presentei-me com felicidades, prosperidades e àláfià.
Eu fui divulgar o culto de osum na feira.
Osun, o yèyé ní mó!
Osun òníkú,
O yèyé-nímò,
A fidé ré omo.
A pé níbú sola,
A pé lodo soro omo.
Osun ení ide kin sú.
Àmò àwo má rò.
Ó wa-yanrí-wá-yanrín kówó sí.
Gbádàmugbàdàmu obínrin ko se gbàmú.
Obínrin gbóná okunrin nsá.
Ore yéyé, àpèrè ló fi jókò nínù ibú,
Omi, arin má sùn.
Ogbádágbadá lomú.
Ore yèyé, gbà mí,
Eni a ní, ni ngba enì, osun gba mi.
Asé!
Osun, graciosa mãe, plena de sabedoria!
Osun graciosa mãe.
Graciosa mãe plena de sabedoria.
Que enfeita seus filhos com bronze.
Que fica muito tempo no fundo das águas gerando riquezas.
Que se recolhe ao rio para cuidar das crianças.
Que não se enjoa de usar braceletes de bronze.
Que conhece os segredos dos cultos mas não osrevela.
Que cava e cava a areia e nela enterra dinheiro.
Mulher poderosa que não pode ser atacada.
Mulher forte que afugenta o homen.
Generosa e graciosa mãe, que no fundo das águas
Assenta-se no apèrè.
Água que flui sem cessar.
A que tem seios fartos.
Mãe grandiosa, proteja-me!
Quem nós temos e quem nos salva.
Osun,salva-me!
Telefone: (12) 3042-36-39 / (12) 98271-7530 / (12) 99628-33-44
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